Aceitação

Foto: Cacau Querino

Final de ano nos deixa reflexivos com os fechamentos e com os planos para o ano vindouro. Também ficamos ensandecidos com o trânsito, compras (que tento abolir) e confraternizações.

Lembro que entre infância e adolescência, a cada virada de ano, prometia que seria uma pessoa melhor – seja lá o que isso significasse. Queria uma página em branco, ser outra pessoa, ser “perfeita”. Já não era para ser uma “menina boazinha” para ganhar presente de Papai Noel, fantasia há tempos abandonada. Queria estar melhor comigo mesma, não ter motivo para me chatear com algum comportamento, poder achar que eu era, enfim, uma pessoa madura.

Hoje sei que não sou essa pessoa tão bem resolvida quanto meu inconsciente almeja e meu desejo mais íntimo permite sonhar. Mas estou feliz com o que sou. Consciente de que minhas qualidades e um tanto de sorte permitiram o encontro com pessoas capazes de levar a sério essa ideia maluca que é tirar mães e bebês de casa e levá-los ao cinema. E daí, ser imperfeita deixou de ser relevante.