As dores – e delícias – do crescimento

Oscilar entre querer e não querer, ir e ficar, fazer e deixar acontecer. Parece que quando me tornei mãe, estas pequenas contradições que acontecem no cotidiano ficaram mais exacerbadas – ou são mais sentidas.

Da mesma forma que fico cansada de estar com meus filhos em um restaurante quando estão elétricos e demandando tanto da minha atenção que não consigo comer, em outra refeição, quando não estão, sinto falta das risadas e até da mal criação! Ou quando fico na expectativa da noite que vão dormir na casa da tia e, ao chegar em casa, os ouvidos doem com o silêncio e fico entre a felicidade de relaxar sem preocupações e a agonia de ver o quarto deles vazio.

A vida parece que gira mais rápido com filhos

Trabalhando no CineMaterna, viajo muito. A cada viagem, a dubiedade de sensações: feliz em saber que terei várias horas para mim e meu trabalho (rendo muito quando estou fora), que não serei acordada de noite, que vou tomar café da manhã sozinha, mas fica a saudade, a vontade de sentir o cheiro das crianças, de abraçar e beijar, de ouvir suas vozes e lhes contar uma história.

Este ano, decidimos que dividiríamos mais as viagens entre as pessoas da matriz do CineMaterna. Ao mesmo tempo que senti um alívio, me senti culpada – essa é a palavra! – de não ir, como se estivesse deixando de cuidar de um pedaço da organização.

Mães são assim: têm dificuldade em dar autonomia pros filhos e vivem com sentimentos ambíguos em relação ao crescimento deles.