Bebê na terapia

Outro dia, uma mãe no Rio comentou no café que estava voltando à terapia. Ela relatou que estava ajudando a lidar com seus sentimentos como mãe e estava se preparando para a volta ao trabalho. Depois, a conversa migrou para a questão de como ir à terapia, com ou sem bebê.

Lembrei-me da minha volta à terapia, quando meu filho estava com dois meses. Max ia comigo, pois eu não tinha com quem deixá-lo. Resgatei a foto abaixo, dele “em terapia”, com quatro meses. Ele ainda não sentava, colocamos as almofadas para que não tombasse. Até parece que ele está mesmo falando, contando da sua mãe…

Voltar à terapia foi necessidade premente! Eu estava beeeeeem confusa, precisava de uma ajuda para “me resgatar”, não sabia muito bem o que eu estava sentindo. Ter um filho é maravilhoso, a gente descobre o que é “amor de mãe”, mas eu achava que não tinha sentido uma paixão avassaladora, que havia algo de errado, que tinham muitas angústias, que estava estranha. Não conseguia nem descrever direito o que estava sentindo, tamanha a confusão. A terapia foi ajudando a entender melhor o que estava acontecendo, que não tinha nada de errado em me sentir cansada por só cuidar de um pequeno ser que, naquele momento, praticamente só dormia e mamava.

Para mim, a tal paixão arrebatadora pelo meu filho veio mais tarde, quando ele começou a interagir mais. E hoje, nem tenho substantivo, adjetivo ou advérbio para descrever o que sinto por ele. Mas tenho certeza que todas as mães sabem do que estou falando.