Cabôôô

Tinha tudo para dar certo. As mães queriam. Fazia sentido. Tinha até um nome fofo: CinePitico.

Pois é, não vingou. Sessões de cinema com filmes infantis 2D e os ajustes de sala do CineMaterna: luzes um pouco acesas, som mais baixo, ar condicionado ameno e trocadores na sala. Para crianças pequenas, entre um e três anos de idade, se acostumarem com o ambiente do cinema.

Ficou um ano em teste em cinco salas de cinema de três cidades e não funcionou. Seriam 10 sessões no ano, fora do período de férias escolares, pois os cinemas lotam com público regular que não quer som mais baixo e luzes acesas. Só que não há lançamento de 10 filmes infantis “grandes”, com ampla distribuição nos cinemas, em um ano. No segundo semestre não havia filme para o CinePitico. Outra dificuldade adicional era conseguir uma sessão em 2D. As projeções em 3D dominam o mercado, em especial, nas animações infantis.

Talvez você esteja pensando que bastava passar filmes mais antigos ou repetir algum título que já passou no mês anterior. Mas cinema não é como o DVD de casa. Um filme sai de cartaz porque a bilheteria não estava rendendo o esperado; sua projeção envolve direitos autorais e intensa negociação entre distribuidoras de filme e programações dos cinemas. Para escolher e colocar em programação os filmes para o CineMaterna, que são títulos que estão em cartaz, já não é simples, há dificuldade maior ainda em buscar títulos que estão fora. Mesmo assim, fizemos isso uma vez, de colocar uma animação antiga, amada pelas crianças em sua TV. Além de termos tido pouca adesão do público, foi negociado com a rede de cinemas como sendo exceção, porque sai da rotina e fica bastante sujeito a erros no meio do caminho.

Ficamos tristes, mas a decisão foi necessária. Não desanime: animações continuarão a entrar em enquetes fora do período de férias escolares. Nestas sessões, crescidinhos têm vez.

Laura, filha da Raquel Santos,
nossa ex-voluntária carioca, atual paulista,
ficou sem CinePitico, mas nem chorou (rs)