Em defesa

Outro dia a Bianca, que trabalha conosco nos bastidores e coordena as sessões de metade do país, nos enviou um lindo e-mail em que ela fala do CineMaterna a partir de uma crítica. Muitas críticas são base para o nosso desenvolvimento e crescimento, mas há aquelas infundadas e outras, que apenas necessitam de esclarecimento.

A pessoa falava que barulho alto de cinema e ar-condicionado não eram apropriados aos bebês, e questionava por que as mães queriam se afastar dos afazeres do bebê para ir a uma sessão de cinema. O foco deste post não é a crítica, mas sim a resposta da Bianca:

Acho que a crítica da nossa colega não cabe. Primeiro porque o som do filme é diminuído, portanto não incomoda os bebês. Segundo porque o ar-condicionado também tem sua temperatura diferenciada. E terceiro que a sessão é justamente uma oportunidade de ir ao cinema SEM TER que se afastar do bebê e dos afazeres que a vida de mãe implica.

O projeto foi criado justamente por mães que desejavam ir ao cinema, mas não queriam afastar-se de seus filhos. Apesar de todas as facilidades que temos hoje em dia: babás, vovós, bombas tira-leite, copinhos, sondinhas, mamadeiras… ainda assim, por um motivo mais que justificável, essas mães não quiseram separar-se de seus filhos e também não estavam dispostas a abrir mão de seu lazer.

Eu, que frequento as sessões há 1 ano e meio (desde a estreia no RJ) tenho estórias e mais estórias emocionantes para contar. O projeto é um verdadeiro resgate da mulher no pós-parto e por isso às vezes me questiono como ele demorou tanto a acontecer. As mães se sentem tão bem, tão felizes de poderem ter um tempinho pra si, sem terem que largar os filhotes. De poder sentar, conversar, bater papo de mãe pra mãe, sem olhar pro relógio, sem se preocupar com chorinhos, resmungos e cheirinho de cocô ou leite azedo.

Partilho da idéia de que o bebê deve ser incluído na rotina familiar e não que esta rotina tenha que ser totalmente modificada para receber este bebê. Vejo que a mãe que sai com seu bebê – seja para ir ao CineMaterna ou para outros programas – sente-se mais confiante para exercer a maternagem em sua plenitude. Já vi estórias de crianças com dificuldade de pega, que foram amamentadas com facilidade e prazer durante uma sessão de cinema. A mãe relaxou, a criança sentiu e *pum*, a mágica se deu.

Enfim, talvez minha opinião seja parcial por trabalhar no projeto, mas convido a pessoa que fez a crítica a ir a uma sessão e ver com seus próprios olhos…

Parcial é a minha leitura deste depoimento, que achei lindo demais…