Eu acredito no CineMaterna

Semana passada, na sessão da terça-feira, tivemos algumas estreias de bebês. É assim que eu chamo o momento em que os bebês que vêm pela primeira vez. Todas as sessões recebemos vários – ainda bem – mas este dia particularmente me chamou atenção porque tínhamos dois bebês muito novinhos, ambos com pouco mais de 10 dias. As mães eram muito diferentes. Uma, orgulhosa de estar no cinema com sua pequerrucha, tão formosa e bela num sling. A outra estava tensa, mas precisando demais daquela saída com sua bebê, confusa ao sentir emoções tão ambíguas como nova mãe: da felicidade com a filha à saudade da sua vida pré-bebê. Ambas poderiam ser a mesma mãe, mesclando momentos como uma e como outra. Falo por experiência própria: os primeiros dias como mãe de primeira viagem são muito… puxa, nem sei como dizer. Peculiares? Inesquecíveis? Instáveis? Emocionantes? Não sei se são os hormônios do parto, a emoção de estar com um bebê querido nos braços, o susto com a responsabilidade, a nova dinâmica de uma família, as preocupações com cada suspiro daquele pequeno ser. É tudo junto, com certeza.

Outro dia eu estava pensando: acho que fui uma mãe de primeira viagem com primeiros dias bem tranquilos… Fuçando na memória, lembrei que o primeiro mês foi sim, calmo. Mas aí, comecei a lembrar do terceiro e quarto meses, quando pirei porque não sabia o que fazer com a confusão de sentimentos: eu estava tão conectada ao meu filho que eu não conseguia mais saber onde estava o meu espaço! Cada mãe tem suas próprias angústias em fases distintas, mas eu acho que a maioria passa por alguma fase mais complicada, emocionalmente falando. E é por isso que eu acredito tanto no CineMaterna como uma iniciativa de apoio às mães. É absolutamente normal passar por uma revolução de sentimentos e é tão bom saber disso! Quem melhor para nos dizer isso que outra mãe?

Meu filho, com 4 dias – nossa, era pequenino assim?