Hanami – Cerejeiras em Flor
Faz tempo que estou para escrever sobre este filme. Foi nosso primeiro filme na Mostra de Cinema de São Paulo, em 2008. Convidamos Milhem Cortaz, para vir com sua esposa Ziza e sua filha Helena, na época com um mês. Ele é principalmente um ator de cinema, foi muito simbólico para nós ele ter aceitado o convite.

O filme era Hanami – Cerejeiras em Flor. Entrou para a minha lista de favoritos desde que o assisti naquele dia. Várias pessoas que estavam na sessão naquele e que ainda vejo comentam sobre o filme:
Apenas Trudi sabe que seu marido Rudi está sofrendo de uma doença terminal e ela precisa decidir se vai contar a ele ou não. O médico sugere que eles façam algo juntos, como realizar um velho sonho. Trudi decide não contar ao marido sobre a gravidade de sua doença e aceita o conselho do médico. Primeiramente convence Rudi a visitar seus filhos e netos em Berlim. Quando chega na cidade, o casal percebe que os filhos estão tão ocupados com suas próprias vidas que não têm tempo para sair com eles. Na segunda viagem que Rudi aceita fazer com a esposa, ela morre repentinamente. Rudi fica devastado e não tem a menor ideia do que fazer. Embarca em uma última jornada, para o Japão, na época do festival das cerejeiras, uma celebração da beleza, da impermanência e de um novo começo.
Estranhei que um filme tão bom não entrava em cartaz. Só estreou mais de um ano depois, presente de Natal. Eu estava louca para assistir novamente, mas acabei me enrolando, estava com outros filmes na “fila”.
Taís e eu chegamos hoje em Curitiba para o lançamento do CineMaterna que será amanhã. Deixamos os equipamentos e materiais no cinema e acertamos os últimos detalhes. Eis a tentação: está passando Hanami aqui, em uma única sessão, à noite. O horário encaixava, eu estava lá, não tinha escapatória – viva! Ainda ganhei o ingresso de cortesia.
Aaaaah, delícia rever o filme e reafirmar que sim, continua na minha lista de preferidos. Partes que assisto sorrindo, ou comovida, ou enternecida, ou… Perfeito para uma véspera de lançamento, para se emocionar e relaxar. Belo, poético, delicado, reflexivo, tocante. Pais e filhos, vida e morte, jovens e velhos, incompreeensão e empatia, doçura e dureza. Passado, presente e futuro.
Saí leve e feliz.
E Milhem Cortaz? Saiu do filme com os olhos inchados e vermelhos, falando com seu vozeirão: “pô, chorei feito criança!”.