Incêndios

O que faz com que gostemos de um filme? Algumas pessoas têm um olhar técnico, outros são movidos por pura emoção. O que nos emociona é algo muito particular, talvez nem seja possível saber ao certo. Pode ser a identificação com o tema do filme. Pode ser uma narrativa bem construída. Pode ser o gênero. Podem ser os efeitos especiais. Podem ser as atuações. Provavelmente é um pouco de cada coisa.

A imensa maioria dos filmes a gente gosta ou não gosta, assim, sem grande intensidade. “Ah, é legalzinho”, “É bonzinho, sim”, “Veja, vale a pena ver”, “É bem feito”. São poucos e seletos aqueles que eu digo que é um “puta filme”, deste jeito. Apesar de não conseguir esmiuçar quais são os meus critérios, sei que gostei quando saio de uma sessão e quero falar sobre o filme – ou escrever, como é o caso aqui. Nem sei direito o que comentar, mas fico tomada por uma sensação de que o mundo ganha com o filme. Na minha leitura, claro.

Assisti a Incêndios e saí do filme transbordando de emoção. Filme franco-canadense, bastante pesado, de roteiro surpreendente.

Na leitura do testamento de sua mãe, os gêmeos Simon (Maxim Gaudette) e Jeanne (Mélissa Désormeaux-Poulin) descobrem que têm um irmão e que o pai, que os dois achavam que havia falecido, estava vivo. Dentre muitos pedidos, a maioria um pouco desconfortáveis, o último e mais importante: encontrar os dois e entregar-lhes duas cartas.

Não dá para contar muito do filme, só posso dizer que retrata o amor maternal na sua forma mais pura e visceral, caminhando lado a lado com o ódio. Uma história cuja essência é um paradoxo de sentimentos.