Inclusão “cinematográfica”

Outro dia, estava eu na bilheteria recebendo as mães, quando uma delas veio me contar que a babá da sua filha, que estava acompanhando-a naquela sessão, vinha a um cinema pela primeira vez. Não sei se a babá conseguiu assistir ao filme inteiro ou se teve que cuidar do bebê. Mas fiquei tocada só de pensar que aquela pessoa estava debutando diante da telona. Em tempos de pirataria de filmes e diminuição de público nos cinemas, fico comovida em saber que conseguimos andar na contramão, mesmo que seja em pequena escala.

Aliás, não era a primeira vez que isso acontecia. A Cida, babá da filha da Ana Lúcia, também nunca tinha ido ao cinema antes e ficou emocionada quando viu Mamma Mia!. Não conseguiu assistir inteiro, mas foi ao cinema depois e viu novamente.

E devem ter outras babás com história semelhante e a gente nem ficou sabendo.

Falando em inclusão, lembrei da cineasta Laís Bodanzky, que tem um projeto chamado Cine Tela Brasil, que roda na periferia de cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, em locais sem cinema.

O Cine Tela Brasil consiste em uma grande tenda de 13m x 15m, onde são instaladas 225 cadeiras, equipamento profissional de projeção 35 mm, tela de 7m x 3m, som estéreo surround e ar condicionado. Toda a estrutura é montada e desmontada a cada visita, sendo transportada por um caminhão próprio, que durante as sessões transforma-se em cabine de projeção. As sessões contam sempre com a exibição de um filme brasileiro de longa-metragem.

Dá uma olhada no site do projeto e veja as fotos. É lindo demais…