Leonera: mãe-leoa
Ontem assistimos Leonera. Eu, particularmente, tinha muita curiosidade de ver o filme. Tentei ver antes da sessão na CineMaterna mas não consegui. Perguntei para o Christian Petermann, que é nosso crítico-assessor, se ele achava que dava e coloquei em enquete. Para minha supresa, o filme empatou com Um Beijo Roubado em primeiro lugar, ou seja, havia interesse em ver o filme, mesmo a sinopse começando com a frase: “Julia acorda em seu apartamento rodeada pelo sangue de Ramiro e Nahuel”. Prisão, crime, nada fácil de ver. Mas se o público pediu e eu sabia que não tinha violência em excesso, vamos lá. Depois de ver o sucesso de Ensaio sobre a Cegueira nas nossas sessões, percebi que as mães não querem só comédias românticas.
Conversando com as mães que vieram à sessão, algumas comentaram que a gente sai do filme querendo agarrar, abraçar, beijar nossos filhos. Eu tinha lido que “leonera” é uma área de trânsito onde as prisioneiras aguardam, antes de deixar a carceragem, para dar depoimentos ou cumprir outras determinações da Justiça. Mas o título também refere-se a figura de uma mãe-leoa. Pablo Trapero, o diretor, comenta que o filme trata “a maternidade como algo imaculado, etéreo, mas também confuso e conflituoso”. É, é assim mesmo…
Em resumo, sim, é um filme forte e pesado, especialmente para nós, mães. Mas é belo e vigoroso. E ainda saí com a música do Palavra Cantada (Ora Bolas – em espanhol) grudada na mente.
Será que somos todas leoas?