Mas…
Quando estava grávida, a frase que mais ouvia de quem já tinha filhos é “sua vida vai mudar”. Escutava tanto, que até parecia uma condenação.
Nasceu! Meu filho tinha acabado de sair do ventre, veio para meus braços e… nossa, que olhos esbugalhados! Sim, esse foi meu primeiro pensamento. Claro que senti um amor profundo por aquele pequeno ser melecado que gritava a plenos pulmões. Mas não era para ser arrebatador?
Pois é, o bebê nasceu, mas a barriga continuava lá, enorme. Para mim e a maior parte das mulheres, a barriga fica por semanas ou meses. Ou, triste dizer, por anos.
Com o passar dos dias, ao invés de alegria, sentia uma certa melancolia, meio sem explicação. Ia e vinha, mas para algumas, a tristeza só vem, não vai.
No começo, amamentar dói! O mamilo arde, racha, sangra e machuca, muito. Ué, não era para ser natural, instintivo e parte da maternidade? Não?
Passou um mês do nascimento e eu me via entre quatro paredes com um pequeno ser com o qual tinha dificuldade em me comunicar. Tô bem, repetia para mim mesma – quando os melhores adjetivos seriam insegura, angustiada e perdida.
O bebê chorava, chorava, chorava. Já tinha amamentado, trocado fralda, dado banho, e ele berrava, berrava, berrava. Alguém tira esse bebê daqui, pelamordedeus?
Os amigos ligavam e queriam combinar uma saidinha. Às 9 da noite. Não vai dar, gente. Aos poucos, alguns se afastaram – ou fui eu que me afastei? Em compensação, conheci outras pessoas maravilhosas e nossos filhos viraram grandes amigos.
Ainda assim, posso dizer: a maternidade é uma das experiências mais sublimes que uma mulher pode passar.
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Eu, quando era mãe havia três dias |
Concordo plenamente! Bjus Coisas da Lara