Maternagem em dobro

“O primeiro filho deveria ser o segundo” – esta foi a frase enigmática que ouvi de uma amiga, mãe de dois. Realmente, no segundo filho estamos mais relaxadas, sem os sustos, preocupações, neuroses e ansiedades do primeiro.

Considero que fui uma mãe de primeira viagem relativamente tranquila. Não fiquei trancada em casa, não esterilizei, não chequei se respirava a cada cinco minutos, liguei para o pediatra apenas em casos realmente urgentes. Nada contra quem tenha feito isso, acho que faz parte do pacote “ser mãe não tem manual”. Cada uma é e faz de seu jeito.

Mas hoje, vejo que sim, também tive minhas neuras. Com o Max, meu primeiro, demorei quase quatro meses para sair sem ele, deixá-lo com alguém. Éramos ele e eu o tempo todo, para onde quer que eu fosse. Sabe aquela história de que para o bebê, nos primeiros meses, o mundo é a mãe, como se fossem um único ser? Pois a recíproca para mim, era verdadeira. Não era medo de deixá-lo, simplesmente não me passava pela cabeça que ele pudesse ficar com outra pessoa. Aquilo me exauriu, pois eu não tinha um espaço meu.

Com o Eric, o segundo, saí sem ele no primeiro mês. Saída curta, para buscar o mais velho na escola e passearmos um pouco, num momento nosso. Fez bem para os três.

A chegada do segundo traz novos desafios. Enquanto um chora, o outro precisa ser trocado. Dar comida para o maior enquanto o caçula mama. Colocar o mais velho para dormir – TEM que ser com a mãe – enquanto o menor ainda está acordado e o pai está viajando. Acho que isso é que faz com que as mulheres sejam multi-tarefas. E é incrível como o amor se multiplica.

Dizem que de dois para três filhos, a transição é bem mais tranquila. Bom, não irei confirmar isso, tá?