Minha história com o CineMaterna
Por Juliana Freire, responsável pelo financeiro no CineMaterna.
Me cadastrei para ser voluntária do CineMaterna em 2011. Já conhecia as sessões através de reportagens sobre a “invasão de bebês em sessões de cinema” e achei o máximo a possibilidade de ir ao cinema com bebê. A minha filha já era grandinha quando o CineMaterna surgiu e eu não consegui participar, mas tinha este sentimento de que era algo libertador para uma mãe. Quando vi a oportunidade de fazer parte de alguma forma, me inscrevi.
Eu havia parado de trabalhar fora quando a Elisa nasceu e até tentei retornar ao mercado de trabalho, mas não me sentia pertencente mais àquele ambiente. Trabalhava alguns dias, chorava mais alguns por deixar a minha filha e meu marido falava pra eu sair do trabalho (rsrsrs). Fazia alguns trabalhos temporários em home office e assim, ia tocando a vida.
Fui chamada para participar das sessões do Shopping Anália Franco e posteriormente fui também para as sessões no Mooca Plaza. Eram tardes incríveis, cheias de emoções, desde a montagem da sala, recepcionar as mães, fazer gracinhas atrás das fotógrafas para que o bebê olhasse para a câmera e os bate-papos após as sessões fechavam com chave de ouro este dia.
Foram muitas histórias durante todos estes anos. Uma vez, uma mãe chegou atrasada e ficou muito triste porque não conseguiu comprar ingresso. Conversamos com o cinema e conseguimos colocá-la dentro da sessão. Um tempo depois ela se tornou uma voluntária. Outras mães apareciam no café quando os filhos já estavam maiorzinhos. Era um verdadeiro encontro de mulheres/mães.
Certa vez, uma mãe foi trocar a fralda do seu bebê e percebeu que ele se sujou inteiro. Quando ela foi pegar um novo body, notou que só havia colocado fraldas na bolsa. O jeito foi pegar emprestado uma troca com uma amiga que também estava na sessão. O tamanho era três vezes maior que o seu bebê. Detalhe: seu bebê era menino e a amiga só tinha um body de oncinha dourado, todo fashion (hehehe).
Em 2013, a Irene [presidente da ONG] me ligou, perguntou sobre a minha experiência profissional e me chamou para uma conversa. A proposta se encaixou direitinho. Eu teria que ir ao escritório umas duas vezes na semana para fazer a parte de logística das sessões (enviar material para as coordenadoras) e montar os equipamentos de lançamentos. As outras atividades, que eram de compras e envios de materiais para os shoppings, poderiam ser feitas da minha casa. Comecei a participar mais dos eventos de lançamentos e a viajar também. Foram momentos de muito aprendizado e crescimento profissional.

Com o passar do tempo, assumi algumas áreas das quais já tinha experiência anterior. Fui cuidando da parte administrativa/financeira e contratos com os shoppings. Como o volume de sessões aumentou bastante, estava cada vez mais difícil ir às sessões e um dia tive que passar o bastão de coordenadora para outra amiga. Ainda tento ir em algumas sessões para matar a saudade. Sempre que é preciso, estamos a postos para ajudar.
Atualmente cuido do financeiro do CineMaterna e faço parte da diretoria executiva da Associação.
Sou muito grata pela oportunidade que me foi dada e junto a isso pude conciliar a maternidade com a vida profissional. Estamos sempre em busca do aprimoramento das sessões, para que as mães tenham uma experiência deliciosa e que fique registrado de forma carinhosa as horas que passaram juntos com a gente. Nosso objetivo é que tudo seja acolhedor.
Durante estes anos, tenho aprendido muito com cada pessoa da nossa equipe, o amadurecimento vem, mas com ele também vem muita risada, porque estamos todas no mesmo barco, tentando fazer o nosso melhor como profissional, mãe e mulher. Conheci pessoas sensacionais, mães de todas as tribos e isto me ajudou muito a observar mais a maternidade real, a não julgar tanto e ter mais empatia com o próximo de um modo geral.
Tenho muita admiração e carinho pelo CineMaterna, saber que fazemos a diferença é a melhor das sensações. Minhas camisetas são prova do orgulho que tenho em pertencer a este time.