O cinema em minha vida
Comecei a ir no cinema com uns cinco anos, em uma época em que filmes infantis se restringiam aos clássicos da Disney. O passeio, normalmente com meu pai, era um evento para mim.
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Cena de Bernardo e Bianca, que vi na estreia |
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Cartaz do filme E.T. O Extraterrestre |
O primeiro filme “de adulto” que assisti foi aos 12. Meu avô me levou para assistir a E.T., O Extraterrestre (de Steven Spielberg, 1982). Tinha 12 anos e me apaixonei. Assisti umas 10 vezes e até hoje sei diálogos e cenas de cor. Spielberg foi minha primeira obsessão cinéfila.
Aquele despertar gerou uma adolescência fanática por filmes. Tinha uma pasta com reportagens, cheguei a assinar revista de cinema.
Estava com uns 13 anos quando uma amiga de colégio, filha de jornalistas antenados, mencionou uma tal de Mostra de Cinema. Ela tinha ido com a mãe e descrevia a longa fila para ver um filme. Na minha memória, era um filme de Wim Wenders. Após pesquisar, imagino que o filme era O Estado das Coisas.
Passei por uma fase em que assistia ao mesmo filme repetidamente no cinema quando gostava de algum. Via duas, três, até quatro vezes quando me agradava, em cinemas de rua que hoje não existem. Aliás, conheci muitos da era pré-complexos multi-salas e que hoje não existem mais.
Durante a faculdade, tive um namorado que tinha um sítio próximo a São Paulo. Sempre que íamos passar feriados prolongados, de três ou quatro dias, antecipávamos nossa volta porque eu pre-ci-sa-va ir ao cinema. Rio ao lembrar disso – eu, cinéfila e urbana.
Recordo dos filmes que assisti com meu marido nos primeiros encontros e dos cinemas em que fomos. Morávamos longe da região central de São Paulo e nos mudamos para ficar mais próximos de “nossos” cinemas. Aliás, abri conta em um banco específico para ter desconto no cinema. Sim, única e exclusivamente por este motivo. Hoje, dois apartamentos depois, moro em frente ao meu cinema preferido, basta atravessar a rua. Não foi esse não foi o propósito, mas claro que não tenho queixas.
Não recordo quando a Mostra de Cinema de São Paulo entrou em minha vida e aprendi a montar uma agenda complicada para ver a maior quantidade de filmes. Sou veterana de mais de uma década, assisto a uma média de 30 filmes nas duas semanas do evento anual.
Para coroar, tenho uma cachorra chow chow, raça de origem chinesa, chamada Gong Li, atriz de cinema (já assistiu Lanternas Vermelhas?).
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Gong Li, a atriz |
Com tudo isso, nunca tinha me passado pela cabeça trabalhar com cinema. Afinal, sou apaixonada por cinema, mas não tinha nenhuma intenção de passar para os bastidores. Eis que o destino coloca um filho em minha vida e junto com ele, claro, o cinema!
Adendo: quando meu primogênito estava com 4 meses, pedi de aniversário uma ida ao cinema. Não consegui. CineMaterna surgiu no mês seguinte, por revolta de não conseguir me organizar para algo tão básico. Ainda bem que me rebelei!