Sou descendente de japoneses, minha primeira língua foi o japonês. Até os três anos, só sabia esta língua, até que fui à escola, aprendi o português e neguei o japonês. Coisa de criança, que tem vergonha de falar um idioma diferente do que falam seus amigos. Tenho muito da cultura em algum lugar do inconsciente. Gosto de assistir filmes japoneses que me trazem lembranças de uma infância remota.
O Japão é um país oriental, mas ocidentalizado, digamos assim. Alguns hábitos e jeitos são tão distantes e diferentes dos nossos, ocidentais, que causam estranhamento. No entanto, há uma ocidentalização no consumo, na tecnologia de ponta.
O Que Eu Mais Desejo (filme com estreia prevista para amanhã, 18 de maio) me fez lembrar que no Japão, as crianças conseguem exercer sua inocência, brincando nas ruas, graças ao
baixo índice de criminalidade:
No Japão, na ilha de Kyushu, dois irmãos vivem separados após o divórcio de seus pais. O mais velho, de 12 anos, mora com sua mãe no sul da ilha e seu irmão mais novo, com o pai, no norte da ilha. O que o irmão mais velho deseja acima de tudo é que sua família viva junto novamente. Por isso, quando escuta de um amigo da escola a história de que ao se fazer um desejo no momento em que dois trens balas se cruzam, ele certamente se realizará, ele decide organizar uma viagem secreta até o ponto de intersecção dos trens, onde o milagre poderá acontecer. Será que ele vai conseguir tornar realidade o seu maior desejo?
É um filme para desacelerar a mente. Faz recordar o que é amizade, que laços nos conectam às pessoas e aos lugares e o significado de sonhar e acreditar.