O Sonho de Wadjda
Adivinha qual O Sonho de Wadjda?
WADJDA é uma menina de 12 anos que mora no subúrbio de Riad, capital da Arábia Saudita. Embora ela viva em uma cultura conservadora, Wadjda é uma garota cheia de vida, que usa calça jeans, tênis, escuta rock’n roll e deseja apenas uma coisa: comprar uma bicicleta e disputar uma corrida com seu melhor amigo Abdallah. Mas em uma sociedade que diz que as bicicletas são apenas para os meninos porque podem ser perigosas para a virtude das meninas, ela enfrentará muitas dificuldades para realizar seu sonho.
Adolescência é uma fase difícil, certo? Imagine como é para uma menina na Arábia Saudita, com restrições no modo de se vestir, de se portar e também, de pensar. Lá, uma bicicleta significa muito mais do que estar sobre duas rodas.
Além de ser um belíssimo, sensível e tocante filme, tem a peculiaridade de ser o primeiro longa-metragem produzido e rodado na Arábia Saudita, dirigido por uma mulher.
[Trechos do release de divulgação do filme] Criada em uma família mais liberal, a diretora Haifaa Al Mansour conta como foi crescer em um país onde não há salas de cinema oficiais: “A Arábia Saudita é um país sem cinema e que proíbe o cinema. Mas meu pai facilitou meu acesso aos filmes e passávamos muitas noites em família assistindo a filmes juntos. Esses momentos eram muito especiais para mim, mais nunca imaginei que me tornaria uma diretora de cinema e ainda por cima, a primeira na Arábia Saudita!”. A equipe enfrentou alguns problemas durante as filmagens, protestos e reclamações foram feitas para a produção do filme, por terem uma diretora mulher e pelo fato de mulheres e homens trabalharem juntos no mesmo projeto, mas felizmente nada de grava aconteceu e as filmagens puderam ser concluídas.
Um filme é uma janela para um mundo diferente do que vivemos, permite-nos conhecer outras culturas, valores e paisagens, sem que tenhamos que sair de uma confortável poltrona de cinema. Ter contato com a dura vida das mulheres no cenário árabe é bastante incômodo e o filme comove não apenas pela história da protagonista, mas pelo êxito da diretora em não cair na tentação de julgar (homens, mulheres ou a sociedade), sofrer ou fazer-se de vítima.
Saí do filme curiosa sobre o futuro de Wadjda, da mesma forma que vejo a personalidade de meus filhos e fico tentando imaginar que adultos serão e como suas características os tornarão únicos e diferentes.