O tempo, inexorável

Tenho um filho, Max, que fez oito anos. Com um certo choque, pensei que daqui a oito, ele terá 16. Nesta idade eu estava fazendo intercâmbio, passando seis meses em outro país, mergulhada em outra cultura, na experiência mais rica da minha juventude.

Quando tiver 16, talvez meu filho já não queira tanto meus beijos e abraços que adoro dar. Ele terá a sua vida, viajará com seus amigos, escolherá seus programas, seus passeios, seus filmes, seus amores.

Max, moleque, com janela recém aberta

Assustou-me a velocidade. Que a fase das cólicas, dos dentes, do sono interrompido, das mamadas cansativas, das papinhas, dos pequenos machucados, tudo, tudo vai pra construção da história de um menino que um dia foi bebê e logo será adulto.

Olho para as mulheres que vêm ao CineMaterna e estão com seus bebês tão pequeninos no colo e que daqui a seis meses já se transformaram – mãe e bebê. Vejo crianças de três, quatro, cinco anos, que conheci bebês no cinema e que hoje têm irmãos. A vida sempre foi assim, ciclos que se repetem, a passagem do tempo não mudou. Mas para quem é mãe, parece que as mudanças ficam mais marcadas.

Muitas vezes me pego comentando o óbvio: “quando o conheci, você era pequenininho”, ou “nossa, como você cresceu!”. Pensar que logo olharei para filhos mais altos que eu e recordarei nostálgica de quando eram bebês em meu ventre.