Onde você está?

Vejo muitas mulheres cansadas. Exaustas do ritmo acelerado das empresas. Cansadas da falta de empatia com as necessidades maternas. Esgotadas pelas cobranças e pressões por resultados cada vez mais difíceis. Sufocadas por profissionais que insistem em não trabalhar em equipe, buscando apenas seu próprio ganho. Culpadas por não conseguirem um bom balanço com a vida pessoal. Enfim, repensando as prioridades depois da maternidade. Algumas sem saída, outras com uma fresta para escapar, mas sem coragem.

Ser mãe, por si só, é um trabalho que exige, física e emocionalmente. Quando se soma uma vida profissional em constante tensão, as consequências podem ser complicadas. Vai desde uma grosseria dirigida ao companheiro, passando por um ataque histérico no supermercado (quem nunca?), até o esgotamento total, que pode ser uma doença.

É angustiante observar os efeitos nas pessoas que estão à minha volta, inclusive nas completamente anônimas que vejo tendo um ataque nervoso em público. Nessas horas, preciso de toda a empatia do mundo para entender que aquela pessoa não está apenas “tendo um chilique”, que ela tem uma vida que deve estar muito difícil.

Quando olho minha história profissional, percebo que percorri uma trajetória que teve seus tropeços, mas culminou em um inesperado resultado. Um caminho que começou no contexto que descrevo no primeiro parágrafo, que desembocou em depressão e ataque de pânico. Mas que também trouxe muito aprendizado, aplicado plenamente no CineMaterna.

A iniciativa que construímos hoje é pequena em quantidade de pessoas envolvidas na sua organização, mas grande em seu alcance. Sem modéstia, é nobre em sua missão, a de dar visibilidade e conforto às mães recém-nascidas. Para trabalhar no CineMaterna, seja na matriz ou como voluntária, precisa responder constantemente à pergunta: “você está feliz?”. É exigência, temos exames periódicos de níveis de contentamento. Claro que não é só alegria, temos dissabores também. Mas a balança precisa pender para a satisfação, sem nenhuma dúvida, ou não está mais valendo a pena.

E você, está feliz?

Nosso nível de felicidade em uma sessão