Ousadia no trabalho

Já que o post anterior foi sobre maternidade e carreira, resolvi continuar na mesma linha e compartilhar a leitura de um artigo que separei há alguns meses. Vida profissional perde status de prioridade para americanas é o título de uma matéria de Darren Hauck, do New York Times, traduzido e publicado na folha de São Paulo em 16/07/2013.

Destaco a história de Sara Uttech, americana de 42 anos, dois filhos de 8 e 10 anos e uma enteada de 15:

A preocupação de Sara Uttech tem sido buscar maneiras para que sua vida no trabalho se adapte à sua vida familiar. (…) Preocupa-se menos em escalar a hierarquia profissional e mais em ter um emprego que a pague quando ela falta ao trabalho por estar doente, que possibilite horários de trabalho flexível e que lhe dê a oportunidade de trabalhar menos horas semanais.

Uttech quer uma carreira profissional que lhe traga recompensas, mas, mais do que isso, quer que seu trabalho seja flexível. (…) A iniciativa profissional da qual ela mais se orgulha (e que defende para a maioria dos pais) foi pedir à sua chefe para trabalhar em casa às sextas-feiras. (…) O primeiro passo foi convencer a escola de seus filhos a lançar um programa que cuidasse das crianças depois do horário das aulas por um custo acessível. O segundo passo foi ser realmente produtiva, aproveitando ao máximo seu tempo dentro e fora do escritório.

(…) Uttech reconhece que pedir para trabalhar em casa alguns dias por semana representou um risco profissional. (…) É verdade que a experiência dela pode não ser muito representativa. Uttech teve sorte de trabalhar para gerentes que se mostraram excepcionalmente receptivos a um pedido de horário de trabalho flexível.

“Pelo fato de eu ser mãe, sei realizar várias tarefas ao mesmo tempo e tenho várias habilidades que não tinha antes, como fazer ‘malabarismos’, mentorear, educar, solucionar problemas e administrar”, disse ela. “Agora sou muitíssimo mais produtiva nas horas em que trabalho. A maternidade deveria ser um ponto ao meu favor, não uma desvantagem.”

Foto: reprodução de matéria do New York Times

Ser uma mãe com iniciativa fez diferença na vida de Sara. Claro que nem todas as mulheres têm a possibilidade de horas flexíveis ou trabalhar a partir de casa, mas ela pensou também pelo lado dos filhos, o que conseguia organizar para facilitar sua logística como mãe. 

Eu sei, cansa gerenciar tantas coisas, pensar soluções para nossas agendas de mãe e profissional.  Tenho meu negócio, sou dona das minhas horas de trabalho e mesmo assim, é frequente achar que não estou me dedicando aos filhos da forma que gostaria. Mas preciso olhar de forma positiva: meu trabalho me permite escrever sobre minha vida profissional, gastando algumas horas em pesquisa sobre o tema. Algumas fontes interessantes sobre trabalho e maternidade: 
What Moms Choose: The Working Mother Report
Women’s Ambition: A Surprising Report
Women’s Ambition: Aided by Workplace Flexibility

Todas estão em inglês, mas quem sabe consigo, no futuro, dedicar algumas horas a traduzir as partes interessantes aqui? Afinal, escrever sobre a maternidade é parte do meu trabalho!