Pessoal x profissional

Artigo publicado no New York Times, que saiu resumido ontem em suplemento da Folha de SP, me fez pensar sobre o eterno conflito que todos passamos sobre vida profissional e família. O artigo intitulado “Ele para tudo por um recital”, fala da relação do presidente norte-americano Barack Obama com os compromissos familiares.

Alguns trechos:

Recentemente, quando Obama chamou à Casa Branca líderes da bancada democrata para uma maratona de negociações sobre o assunto, outra prioridade se impôs: a banda da sua filha Malia, 11, se apresentaria. E, assim, o presidente dos EUA abandonou a negociação da sua reforma da saúde – ao menos temporariamente – e escapou durante algumas horas para a escola Sidwell Friends, onde ouviu Malia tocar flauta. Quando o concerto acabou, ele regressou à Casa Branca, e todos voltaram ao trabalho. (…)

Ele para o trabalho todos os dias às 18h para jantar com a família e deu aos responsáveis por sua agenda rígidas instruções de que, se houver necessidade de atividades noturnas, que sejam depois das 20h. (…)

Mas, mesmo no mundo de hoje, amigável com os pais, o equilíbrio buscado por Obama tem seus riscos. Críticos podem acusá-lo de desacelerar o ritmo quando o país mais precisa. (…) Obama precisa ter o cuidado de não gerar ressentimento entre aqueles cujas agendas precisam girar em torno da dele próprio.

De certa forma, o presidente de 48 anos reflete mudanças de atitude acerca da paternidade que são típicas de homens da sua geração, disse Ellen Galinsky, presidente da ONG Instituto Famílias e Trabalho. Pesquisas dela mostram que 59% dos homens relatam pelo menos algum conflito trabalho/vida pessoal. Obama, na verdade, tem mais flexibilidade que a maioria – ele é, afinal de contas, o chefe. Ainda assim, argumenta Galinsky, isso não diminui o significado das escolhas do presidente.

Sim, talvez ele possa se dar ao luxo porque é um dos homens mais poderosos do mundo. Mas ele é exemplo para milhares de pessoas, em seu País e fora dele, e sabe disso. Nenhum ato de um homem público deste porte é impensado. Por isso, achei interessante ler esta característica digamos, “curiosa”, de Obama. Será que eu consigo seguir o exemplo, pelo menos um pouquinho? Afinal, eu sou presidente da minha pequena empresa, hehehe.

Ah, o tão famigerado equilíbrio! Onde a gente encontra, hein?