no nome não exclui os pais, mas reflete sobre um papel feminino de gestar, parir, amamentar e se conectar visceralmente com um bebê. Acreditamos, incentivamos, admiramos a divisão igualitária entre mãe e pai nos cuidados com o bebê, no vínculo, nas responsabilidades.
Tenho um marido
ultramegaplus parceiro. Às vezes, tenho a impressão de ele ser mais presente do que eu na convivência dos filhos. Quando meu primeiro filho nasceu, ele tirou um mês de férias. Foi ma-ra-vi-lho-so. Ele deu todos os banhos e trocou todas as fraldas. Não me largou em casa para sair com os amigos, não foi viajar sozinho, não teve happy hour. Ficou conosco, lambendo a cria e curtindo a família. Adorei a companhia, as refeições que preparou, o cuidado que tinha ao me ver amamentar. Passeamos juntos, nos conhecemos como nova família. E mesmo com um marido tão presente, na madrugada, era eu quem acordava, pois o peito que amamentava era meu. O corpo do pós-parto, que ficou um tanto judiado por consequência de um longo e exaustivo parto, fui eu que encarei. O humor oscilante, a sensibilidade exacerbada, o corpo diferente, o dilema da volta ao trabalho, tudo era exclusivamente meu – como os cabelos que caíram aos tufos.
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Cenas de puerpério no CineMaterna
Fotos de arquivo |
Mulheres compartilham seu puerpério com os companheiros na convivência e no relato. Mas quando encontram outras mulheres, também mães recém-nascidas, a empatia é imediata, mesmo que algumas crenças sejam diferentes. Dividir sensações, experiências, questionamentos e angústias maternas com outras mulheres traz uma certa leveza e sensação de normalidade. Independentemente das escolhas particulares da maternagem, temos muitos pontos em comum, inclusive, a solidão dos dias que passamos sozinhas com um bebê. E nesta fase, ficamos ainda mais distantes dos homens porque a licença-maternidade é de quatro a seis meses contra cinco – dias – dos pais.
Por tudo isso que acreditamos sim, que nosso Cine é MATERNA.