Quando mudar é preciso

Mudei, apesar de achar que nunca mais mudaria. Mudei, a despeito de achar que a vida estava assentada e que não precisava mais de alterações.

Quem já mudou, sabe que dá um trabalhão. No meu caso, apesar de achar que não precisava, veio a calhar e fez bem. Foi um processo intenso, com percalços – que mudança acontece sem nenhum enrosco?

Eu morava em um apartamento que julgava ser minha residência definitiva, que foi planejado nos mínimos detalhes, com muito carinho. Gostava dele, era do jeito que queria, bem localizado, perto de tudo, bem urbano.

Daí, tive filhos. Continuo urbana, mas precisava de mais estrutura para eles. Se antes cozinha, sala e escritório eram integrados, trabalhando em casa e com dois filhos, precisei isolar as áreas de maior movimento. Fiz o contrário: me isolei para, paradoxalmente, integrar melhor minha vida.

Mudança vem com aquele ar de novidade, expectativa do futuro, planos em construção. No meu caso, o novo apartamento abriga melhor o CineMaterna, que ocupa dois cômodos – três, se contar o escritório. Ou seja, minhas vidas pessoal e profissional foram ajeitadas em novos ambientes.

A mudança foi ocasionada pelos filhos, para que pudessem ter mais espaço para brincar, mais opções de lazer. Filhos nos impõem constantes movimentos, torna o definitivo, provisório.

Eu adoro mudar. Gosto do novo, de rearranjar, de repensar a vida. Apesar disso, foi com aperto no coração e nó na garganta que fechei a porta do outro apartamento, onde meus filhos foram concebidos, nasceram e passaram a primeira infância. Cantos que deixarão saudade e ficarão como doce lembrança na memória.

Max, em meio às caixas de mudança