Relato de parto da CineMaterna
Aproveitando a “inauguração” do blog, resolvi postar o relato de parto, que foi escrito em 6 de agosto de 2008, um dia depois do lançamento da iniciativa para a cidade de SP.
Até hoje me lembro exatamente o momento da fecundação… Foi organizado em menos de uma semana e virou um evento em que vieram 12 mães e bebês. Logo de cara ganhou um nome perfeito: CineMaterna! Os sorrisos e agradecimentos das mães me diziam que aquela gestação era para valer…
A gestação foi acompanhada por poucos enjôos, que me faziam ficar cada vez mais agarrada àquele bebê na barriga: fomos barradas na entrada do cinema uma vez, o que me fez entrar em contato com o cinema para sermos reconhecidas; tive uma crise profissional e lamentei por que teria que largar a CineMaterna aos cuidados de outra pessoa. Uma voz poderosa me intimou a assumir aquele bebê, e outras vozes ecoaram e ressoaram no meu coração. Resolvi assumir que era mesmo a mãe, que aquele projeto precisava de mim. E quando eu assumo uma responsabilidade, sai da frente!
Era lindo exibir a barrigona de grávida: saímos em jornal, site, TV. Há exatos 15 dias, acordei sentindo as Braxton-Hicks. Sabia que estava muito perto de parir. Marquei uma reunião urgente na rede de cinemas, passei o dia escrevendo um plano de parto e recebi o sinal mais forte: CineMaterna ganhou seu logotipo naquele dia. Era como ouvir seu batimento cardíaco: firme, forte, lindo! Ainda no mesmo dia, comecei a ser acompanhada pela primeira doula: Taís. A segunda doula chegou no dia seguinte: Alexandra. E não nos separamos mais.
Saí correndo para os últimos preparativos do parto: o site. E a equipe para o parto crescendo… As doulas trabalhando a todo vapor. Todo mundo na torcida, o chá de bebê com direito a muita fotografia uma semana antes. Um ritmo alucinante, já não dava mais para dormir direito, não tinha posição…
E aí chegou o dia P. As contrações estavam fortes e ritmadas desde a manhã de ontem. Muita ocitocina no ar. Claro que eu tive aquele medo básico de toda a grávida de não conseguir o sonhado parto. Fui retomando a confiança ao ver as pessoas chegando para o parto. O parto foi intensamente filmado, fotografado, registrado, não só pela imprensa, mas pela Materna Chica e o Paterno Guga (pai da Nina). As doulas fizeram o parto junto comigo. E a CineMaterna nasceu calma, depois de 24 semanas de gestação, Apgar 10/10, na água (chovia forte lá fora). E eu chorei de emoção, na frente de 40 bebês e 60 adultos…
ai que linda essa história… me sinto muito assim também, todas as vezes que saio de casa para ir ao cinema!
amo fazer parte desse lindo nascimento!