Retrospectiva sentimental
Estamos no meio da Mostra Internacional de Cinema em SãoPaulo, o que me trouxe muitas lembranças de tempos não muito distantes. Na primeira participação do CineMaterna na Mostra, nossa expectativa era imensa, queríamos comemorar esse salto para o mundo cinéfilo. Assistimos “Hanami – Cerejeiras em Flor“, um filme que figura entre um dos mais lindos que vi. Fez chorar até um homenzarrão como Milhem Cortaz, que em 2009 colhia os louros de seu personagem Capitão Fábio (Tropa de Elite). Estava na plateia com a sua filha Helena.
No ano seguinte, fizemos uma sessão especial com filme da distribuidora da Mostra “O Estranho em Mim“, cujo tema é depressão pós-parto. Foi a primeira vez que me separei do Jonas por algumas horas, na época com seis meses. A Irene estava grávida de sete meses e estávamos completamente envolvidas pelos hormônios e emocionadas pela oportunidade de fazer uma sessão para grávidas e profissionais da área de saúde. Outubro chegou e com ele o nascimento do Eric, que foi ao cinema com dois dias de vida, em um filme da Mostra, levado pela paixão da sua mãe pela sétima arte.
O ano de 2011 trouxe nossa terceira participação no evento. Três sessões na agenda e a chance de entrar no mundo cinéfilo logo ali. Este ano, frequentar as sessões da Mostra é perpetuar o legado de Leon Cakoff, seu criador.
Agora frequento as sessões sem a companhia do Jonas, “vencido”. Senti falta dele, no ano passado fez amizades e passeou de colo em colo com o pessoal da Mostra.
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Jonas mimado no colo do pessoal da Mostra em 2010 |
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Jonas observando o cartaz de 2011 |
Na sessão do último sábado foi divertido atender ao pedido do jornalista Miguel Barbieri, da Veja SP, para assistir o filme em nossa sessão, já que era a única chance que ele teria para vê-lo antes da estreia. Encarou a sessão com os nossos bebês na boa (espero!) e para nós foi emocionante, afinal, não é todo dia que um crítico de cinema de verdade aparece!
Vimos “Late Bloomers“, um filme delicado e que mostra um casal, pais de três filhos, encarando o envelhecimento de frente. Filmes da Mostra não costumam poupar o espectador, e ali dentro da sala, observando mães, pais e bebês, me senti confortável. Mas foi saindo do cinema, satisfeita pela história, pela sessão cheia, acompanhada pela Irene e pelo Eric e reflexiva sobre a passagem do tempo me dei conta de que se passou um ano, um mesmo sábado como aquele, que o bebê de dois dias estava ali, alegre, ativo e falante e um ano completo, coisa mais linda, que só o tempo dá para gente.