Segundo… primeira parte

Bebê dois aqui na barriga já se faz notar há algumas semanas. Primeiro eram borboletinhas, uma sensação indefinida, cosquinha do avesso. Agora já é um ser que parece que está dançando, às vezes dando cabeçada, às vezes cotovelada. Ou será joelhada? No segundo filho, o pré-natal é mais relaxado, nem sei direito de quantas semanas estou.

Lembrei de duas conversas sobre o segundo filho. A primeira foi com a Carol, coordenadora das nossas sessões em São Paulo, mãe de três meninas entre os dois e os doze anos. Quando soube que eu estava grávida do segundo, ficou super-feliz e me disse: “Quando vem o segundo, a gente já sabe amar um filho”. Aquilo martelou na minha cabeça por uns dias. É muito sábio o que ela disse. O amor de mãe por um filho é aprendido ao longo da convivência.

Antes de ser mãe, eu achava que esta história de “amor materno” era… ué, amor de mãe, que ama seu filho incondicionalmente! Sim, é isso, mas pelo menos comigo, não foi assim “baixou um espírito”. Não foi “meu filho nasceu, olhei para ele e nasceu um amor arrebatador”. Eu o amei, cuidei, amamentei, troquei, banhei, acalentei… e chorei, me desesperei, fiquei irritada, achei que não tinha nascido para ser mãe, descabelei e fiquei procurando aquela tal “paixão” que as mães dizem sentir. E a culpa de achar que tinha algo de errado comigo?

Não lembro exatamente quando foi e acho que não foi “um estalo”, mas quando percebi, provavelmente depois que meu filho começou a interagir, me vi perdidamente apaixonada por aquele ser que me reconhecia como sua mãe.

Isso não contam para a gente: amor de mãe não é “automático”. Ninguém é menos mãe porque às vezes sente-se confusa com seus sentimentos maternos. E cada etapa da vida de um filho traz sentimentos e desafios diferentes.