Selo ‘Garantia de Final Feliz’

Quando eu estava grávida, me veio essa ideia de que os filmes, além da classificação de gênero e indicação de idade, deveriam ter um selo “Garantia de Final Feliz”.

Nessa época, eu realmente não estava no clima de ver filmes desgracentos. Tudo o que eu queria era ter a certeza de que eu sairia do cinema achando que a humanidade, mesmo que devagar, andava para a frente e que não era uma ideia tão insana assim adicionar mais uma pessoinha a essa imensidão de gente que já está aqui.

Interessantemente, a maioria dos filmes de ação, que chamamos internamente de filmes “de menino”, tem final feliz. Mesmo com tiros e explosões, tudo acaba bem e tranquilamente conferiríamos o selo. Ou seja, não dá para dizer que “final feliz” é sinônimo de “filme de mulherzinha”.

Por outro lado, tem filme que engana, viu?

[Aviso aos navegantes: se você não viu algum dos filmes que comentarei a seguir, pare por aqui, com o risco de saber o final.]

Veja por exemplo o romance Noites de Tormenta: se tivessem me avisado que o infeliz do Richard Gere m-o-r-r-e-r-i-a e deixaria a Diane Lane sozinha no final, eu teria assistido “preparada” ou, para ser sincera, talvez nem tivesse assistido, dependendo do meu estado hormonal. Compare agora com a mesma Diane Lane em Sob o Sol da Toscana e me diga se tem como sair triste deste filme?

Outro que me deu um susto foi Um Dia. Tá, eu não tinha lido o livro e a Irene Nagashima tinha me avisado que era “drama”, mas claro que eu não reparei. Afinal, me diverti muito com a mesma Anne Hathaway em O Diabo Veste Prada e ela já fez muita comédia, romântica ou não. Quando a Tatiana Storni me perguntou no lobby se era filme “de chorar”, eu ingenuamente respondi “acho que não”. No meio do filme, a coisa  foi estranhamente lembrando a parte em que a Meg Ryan morre em Cidade dos Anjos e… batata! Não é que a protagonista morre??? Fiquei passada! E com o braço dolorido dos tapas que a Tati Storni me deu…

Em Marley & Eu, felizmente fui avisada de que o cachorro morria e tomei cuidado para não ver essa parte. Mas a Alexandra Swerts não, e saiu aos prantos, correndo para o banheiro, no meio da sessão…

Não estou dizendo que dependo de um final feliz para achar que o filme foi bom, de forma alguma. Só quero saber no que estou me metendo, oras!

Comer, Rezar, Amar
Garantia de Final Feliz
(com louvor e bossa nova!)