Ter ou não ter, eis a questão

Antes de ser mãe, não sabia se queria ter filhos ou não. Neste mundo contemporâneo em que muitas mulheres optam por não tê-los, me vi diante do dilema já madura – leia-se “quase velha demais para engravidar”. Não sabia se seria boa mãe, se gostava de bebê, se teria paciência para uma criança, se saberia lidar com um adolescente (este, ainda não sei).

A verdade é que a gente pensa demais. Ter filhos não é uma decisão racional. Talvez optar por não tê-los, seja. Não sei bem. 
A mulher, depois de uma certa idade, vira uma bomba-relógio. Não que vá explodir, mas é pressionada por seu corpo a tomar a decisão de ter ou não filhos. Acho horrível a sensação de “perda de validade”. 
Tive não apenas um, mas dois filhos. Aliás, toda mulher já sentiu na pele do ciclo de perguntas: vai casar? Vai ter filhos? Vai ter o segundo? E por aí vai. Ainda ouço questionamentos sobre o terceiro. Ou melhor, sobre A terceirA, já que tenho dois meninos.

O que a decisão de ter filhos faz com a sala da sua casa
(meus meninos, que viraram meu mundo de ponta-cabeça)
Com o CineMaterna, vejo mães recém-nascidas do tempo todo e acompanho histórias variadas: gravidez no susto, fertilização, gêmeos (ou trigêmeos), gestação difícil, a barriga que veio de primeira, adoção. Há mães em licença-maternidade, outras que foram dispensadas após o retorno ao trabalho, profissionais liberais que prolongaram seu afastamento e as que decidiram dedicar-se ao bebê por um tempo. Tem casais unidos, os separados e as produções independentes. Formações familiares diversas em torno dos bebês, mas sempre a mesma emoção de conexão com um pequeno ser, que dá trabalho, tira noites de sono, e nos coloca em contato com o mais profundo amor, que não imaginávamos existir.

Acho muito, muito complicado julgar as escolhas de quem quer que seja, mas não consigo deixar de abrir um largo sorriso quando me perguntam se recomendo a maternidade às mulheres.