Troca de DNA

Li ontem no jornal a notícia que conta das duas mães de Goiânia que descobriram que seus filhos, atualmente com um ano e um mês, foram trocados na maternidade. Destrocaram as crianças esta semana e, relata a notícia, que uma delas chorou tanto para dormir que sua mãe biológica chamou a mãe “antiga” para amamentá-lo. Chorei ao ler este trecho, que para mim, foi o que deu a dimensão emocional da confusão armada. Fiquei tentando imaginar como deve estar o coração destas mães, a ambiguidade de sentimentos, a angústia da separação, o filho biológico nos braços depois de tanto e tão precioso tempo.

Indaguei-me se antes de ser mãe, conseguiria tamanha empatia com estas mães – e eu acho que não. Virar mãe muda o nosso DNA emocional: vemos e sentimos de forma diferente tudo que é relacionado à maternidade. Não que não sejamos sensíveis a estas histórias, mas algo se altera na nossa essência… Imagino que cada uma mude de um jeito diferente, mas acredito que nossa estrutura emocional sofre profundas alterações. Ver um filme, ler um livro, emitir uma opinião, ouvir uma notícia: se tiver algo remotamente relacionado à maternidade, tudo se torna diferente depois da experiência de ser mãe…