Uma grande família

Que os italianos deixaram sua marca na história do cinema, ninguém duvida. Eu, sem muito filosofar sobre o momento em que isso aconteceu, sei que existia um grande senso de família, típico dos italianos, que transbordava nos sets da Cinecittà. Todos estavam juntos o tempo todo. Gravavam um filme e depois iam para casa de um ou de outro comer e conversar. Gostavam de estar junto. Quando viajavam, o hotel se transformava em uma comunidade. Quando o fotógrafo Mimmo Cattarinich esteve no Brasil, em 2008, me contou que o diretor Federico Fellini adorava as “papas fritas” de Rosalba, sua esposa, e frequentemente lhe pedia que fizesse a iguaria. Tive sorte de prová-las!
Me lembrei disso quando fomos, eu, Irene, Max e Eric, ver a exposição do fotógrafo Mário Tursi no CineSESC. Estavam todos lá, a grande família do cinema italiano em imagens imortais, de produções como Morte em Veneza e Ludwig, de Luchino Visconti, entre outros. Sem dúvida, Tursi é um dos grandes fotógrafos de cena de sua época e amigo “irmão” de Mimmo Cattarich, um dos curadores dessa exposição.
Alexandra, Max, Irene e Eric
na abertura da exposição no CineSESC 
Assim, na exposição, contemplando a força fundamental da família – que torna permanente tudo que é efêmero – fico imaginando nossa rotina de trabalho e que amanhã tem uma reunião com nosso fotógrafo oficial, o Guga. A grande questão é: qual será o cardápio do almoço na casa da Irene, preparado com primor pela sua ajudante, a Maria, já que sua casa se tornou praticamente uma cantina, e o coração pulsante da nossa família.